Acesso a dados de plataformas para fins de pesquisa é discutido em painel na FGV Direito Rio

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A coordenação do painel foi realizada por Marina Lucena, coordenadora do Centro de Estudos em Governança da Internet do Legal Fronts, que destacou o papel da pesquisa na compreensão crítica da atuação das plataformas

Garantir o acesso de pesquisadores a dados sob controle das plataformas digitais tem se tornado uma das agendas regulatórias na interseção entre transparência, democracia e ciência. Esse foi o foco do segundo painel realizado pelo Legal Fronts Institute ontem (17) durante a CPDP LatAm 2025. O painel discutiu, a partir de uma visão comparada, as possibilidades jurídicas e institucionais para a consolidação de um direito de acesso a dados para fins de pesquisa.

A coordenação do painel foi realizada por Marina Lucena, coordenadora do Centro de Estudos em Governança da Internet do Legal Fronts, que destacou o papel da pesquisa na compreensão crítica da atuação das plataformas e na proposição de melhorias regulatórias. O painel contou com a participação de Ricardo Campos, diretor do Legal Fronts Institute e professor da Goethe Universität Frankfurt am Main, que trouxe uma análise sobre o artigo 40 do Digital Services Act da União Europeia — marco regulatório que estabelece obrigações específicas de acesso a dados por parte das grandes plataformas.

Também participaram do painel: Marie Santini, fundadora e diretora do NetLab/UFRJ, Ignacio Sanchez Gonzalez, professor do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade do Chile, e Ximena Cuzcano Chavez, analista de Segurança Digital e Resiliência da organização Derechos Digitales, com relatoria de Alice Perdigão Lana.

Entre os principais pontos discutidos, destacam-se a ausência de legislação específica no Brasil sobre o tema, com o debate concentrado no Projeto de Lei nº 2120/2023; a regulamentação europeia sobre o acesso de pesquisadores a dados, e os esforços da Comissão Europeia para implementar o artigo 40 do DSA por meio de atos delegados; a descontinuidade de ferramentas como o CrowdTangle, da Meta, que dificultou o monitoramento de anúncios e desinformação, tanto na Europa quanto na América Latina, e a experiência do NetLab/UFRJ, que desenvolveu o Índice de Transparência da Publicidade nas Plataformas de Redes Sociais (ITP).

Assista a íntegra do painel abaixo:

Sobre o Autor

  • Doutora em Direito Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Foi Research Fellow pelo Weizenbaum Institut (Alemanha). Mestre em Direito e Inovação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Graduada em Direito pela UFJF, com período de intercâmbio acadêmico na Università degli Studi di Camerino (Itália). Pesquisadora no projeto "Governança de Plataformas Digitais" do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da FGV Direito Rio e no Legal Fronts Institute.

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